Promotor
EGEAC, Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural
Sinopse
A história recita-nos todos os nomes mas é habitual considerar-se Steve Reich, Philip Glass ou Terry Riley como as figuras mais contribuintes para a imposição do minimalismo norte-americano no século passado. Contudo, menos conhecido mas mais revelante, La Monte Young fecha a quadratura, assumindo-se como o mais radical, criador e influenciador dos quatro compositores. Desde as suas primeiras ideias musicais dos anos 50, ainda hoje robustas e inspiradoras revoluções, que várias gerações colhem dos seus princípios: dos primeiros sons dos Velvet Underground, quando John Cale e Angus MacLise militavam também no Theatre Of Eternal Music de Young, à grande parte da vida microscópica do drone que hoje ouvimos em tantas latitudes musicais. O apelo à transcendência, o reconhecimento do poder do inconsciente, o tempo como variável fundamental da composição tornaram-se vetores primordiais para um outro tipo de escrita mas sobretudo para um outro tipo de escuta. Depois de alguns enunciados importantes, La Monte Young viaja naturalmente até à India onde aprofundaria tudo o que em Nova Iorque desenvolveu, criando uma ponte entre o espiritual e a ciência das frequências, alargando ainda mais a sua criação e os seus seguidores.
Não foi preciso conhecer Dreamweapon de Spacemen 3, em 1995, para perceber a importância de La Monte Young na visão que Pete Kember e companheiros tinham da música e do mundo em geral: som circular e hipnotizador, indutor para outras dimensões, entre o cosmos e o coração no oriente. O que conhecemos de Pete Kember, entretanto, com Spectrum, EAR ou Sonic Boom apenas amplifica a sua ligação aos ensinamentos de La Monte Young. Serão as suas máquinas, conjuntamente com as de Étienne Jaumet, outro discípulo, a palpitarem por música circular e auto-regenerativa, fazendo colidir e entrelaçar as ondas com que tecem esta rara colaboração. Céline Wadier, com o seu magnífico canto drupad e a sua mestria na tambura, é o terceiro e imprescindível elemento em palco, colocando-nos a levitar em sintonia mística com a Índia.
Num vasto cortejo de homenagens a La Monte Young, este trio poderá ficar para a História como uma dos melhores e mais conseguidas vénias a um dos génios musicais do século passado.
Figura central do minimalismo norte-americano do século passado, La Monte Young deixou um extenso legado que se tanto se encontra na sua música como em obras de Reich, Eno, Hassell ou The Velvet Underground. Étienne Jaumet e Sonic Boom são mais dois músicos obviamente tocados pela drone music de Young, que com a voz dhrupad e a tambura de Céline Wadier prestam o tributo perfeito ao seu mestre.
Ficha Artística
sintetizador analógico: Étienne Jaumet
sintetizador analógico: Sonic Boom
voz, tambura: Céline Wadier