Promotor
EGEAC, Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural
Sinopse
Em 2008, a Kompakt edita Nah Und Fern, uma bonita caixa que reuniu os quatro assombrosos álbuns de GAS editados entre 1996 e 2000 na importante mas agora defunta Mille Plateaux. Este ato editorial parecia indicar que, além de voltar a trazer para os escaparates esta importante discografia, a obra de GAS estaria encerrada nesta tetralogia. Quando o assunto já parecia oficialmente arquivado nos compêndios da Música Eletrónica, dezassete anos depois, para surpresa de muitos de nós, Wolfgang Voigt reativa o seu projeto com Narkopop, continuando a inspirar-se nas suas memórias de infância, nos passeios nos bosques dos arredores de Colónia e pelas oblíquas viagens que o LSD então lhe proporcionava.
Percorrendo a mesma dramaturgia, Narkopop distancia-se ligeiramente dos seus sucessores pela capacidade em nos transmitir imagens de alta definição destas suas histórias abstratas, como se as memórias estivessem mais vivas e crepitantes, chegando até nós num modo quase realista, cercados pela natureza que corre pelas espiras de GAS. Narkopop narra-nos um regresso a essa floresta reconhecível mas, simultaneamente, mostra-nos a descoberta de novos e inesperados atalhos, de dimensões épicas e elegante fulgor orquestral; e, como sempre, com o bater do nosso coração bem audível.
Nas tais páginas do compêndio, GAS ficou para o futuro como uma referência incontornável da música ambiental eletrónica; Narkopop ergue-se para nos mostrar o peso dessa condecoração. Em 2017, não é apenas a música de GAS que está de volta, é também a hipótese de podermos caminhar, num momento único de realidade aumentada, ao lado de Wolfgang Voigt num concerto em que as imagens fictícias e reais ganham igual relevância à música. Como um filme.
Ficha Artística
fotos: Veronika Unland